Resenha: Para Sempre Alice, por Lisa Genova


TÍTULO: Para Sempre Alice
AUTOR: Lisa Genova
EDITORA: Nova Fronteira

Meus ontens estão estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo, esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje, mas isso não significa que o hoje não tem importância

Alice é bem sucedida em sua vida profissional - é destaque em sua área de atuação - e é reconhecida por saber todas as referências bibliográficas possíveis. Sua vida particular não fica atrás: casada a anos com quem ama e tem três filhos já adultos. Mas sua "perfeita" memória começa a mostrar falhas, com pequenas dúvidas como "onde deixei meu carregador?"

É assim que sua vida começa a se desintegrar: no auge de sua carreira acadêmica, ela descobre ser portadora de Mal de Alzheimer de instalação precoce. A principio, Alice ignora a doença, mas quando ela admite que tem Alzheimer, vemos a força que ela tem por dentro, que ela usa para aguentar as bruscas mudanças de rumo que sua vida toma, pois precisará  de muito mais do que remédios para enfrentar esse monstro.



A trama é narrada por ela, então é impossível não perceber essa mudança dentro dela: tanto da perda de sua próprio personalidade para a doença, quanto do crescimento da força de manter o que ainda lhe resta. É um livro tocante, cada palavra, cada verdade dita pela personagem principal é comovente. Mostra um mundo que ignoramos a existência, e como essas pessoas sofrem, não apenas pelo que tem, mas por como os outros reagem perante suas dificuldades.

O marido de Alice é talvez a prova maior de que qualquer mal que ocorre a alguém não afeta apenas a vítima, afeta todos que a amam e estão em sua volta: John não admite em momento algum que está perdendo o amor de sua vida e se recusa a conviver com isso, não medindo esforços para trazê-la de volta.

Como disse, é emocionante. Uma sensível história sobre amor, sobre persistência, sobre a vida. Vale a pena ler, mas já prepare os lencinhos, porque é uma história triste.

NOTA: 8/10

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